Leituras

Sua casa está em chamas…. quais livros você salvaria?

Cenário assustador não?!

Mas é isso mesmo, imagine que sua casa está pegando fogo, você tem duas mãos então pode escolher dois livros para salvar… quais você salvaria?

Escolha difícil nos parâmetros da Escolha de Sofia (hehe)…

É claro que que se pudéssemos salvaríamos todos nossos livros, mas na era dos E-books não teríamos dificuldade em conseguir um novo exemplar, daí me questionei quais dentre todos meus livros tem uma carga emocional que seria insubstituível? Qual tem uma história, uma lembrança inerente aquele exemplar? Sabe… qual livro vale a pena ser protegido das intempéries e até mesmo porque não é digno de arriscarmos nossa vida diante do cenário da casa em chamas?

Os dois livros que eu salvaria são: O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry e Poliana de Eleanor H. Porter.

O Pequeno Príncipe marcou minha vida não só por sua incrível história e frases sensacionais, by the way minha preferida é “só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”, mas também por ter sido meu primeiro livro, ganhei antes mesmo de saber ler, foi um presente do meu tio que faleceu ano passado deixando muita saudade. Adoro dedicatória em livros e meu tio fez uma para mim, assim vale a pena salvar esse exemplar já que me sinto mais perto dele toda vez que o toco.

Poliana me marcou por ter uma personagem cativante e pelo “jogo do contente”. Minha mãe me incentivou a ler quando mais nova, o exemplar era dela bem gasto, velhinho e amarelado (do jeito que gosto, pois demonstra que o livro tem história). Rapidamente se tornou um dos meus livros favoritos, aprendi muito com a Poliana, impossível não se encantar com a menina que descobriu que toda situação ruim tem um lado bom ao ganhar um par de muletas de presente de aniversário e se alegrar porque afinal de contas é melhor ganhar muletas e não ser perneta do que ganhar muletas sendo perneta e precisar usá-las (lógica infalível).

Infelizmente minha mãe doou o exemplar antigo de Polina, porém recentemente se redimiu e me deu um de presente o qual eu teria o maior prazer de salvar caso minha casa estivesse em chamas.

Segue as fotos dos meus escolhidos…

E quanto a vocês? Quais seriam os livros que vocês salvariam nesse cenário macabro? Me contem nos comentários… mas posso esperar para saber.

Até a próxima!

Outras

Por trás da canção “Poema” Ney Matogrosso

Recentemente assisti o filme Cazuza – O Tempo Não Para de 2004

Apesar de não ser demonstrado no filme é de conhecimento geral o vínculo entre o poeta Cazuza e o intérprete Ney Matogrosso.

Dessa relação surgiu um fruto muito bonito, trata-se da música “Poema”, interpretada por Ney e de autoria de Cazuza.

 Música muito tocante, embalou muitas das minhas viagens de carro, trata-se daquelas músicas que nos deixam reflexivos ao ver a paisagem passar pela janela.

O mais engraçado é que não foi nada planejado, apesar dos dois terem convivido bastante tempo Ney não soube da existência do poema antes da morte de Cazuza.

Senta que lá vem história…

Cazuza por volta de seus 16 anos perdeu sua avó materna, o que o abalou muito e resultou em um bonito poema que foi colocado no túmulo da mesma.

A avó paterna de Cazuza gostou tanto dessa homenagem que pediu ao mesmo que não esperasse ela morrer para lhe dedicar um poema. Foi então que em um momento de inspiração Cazuza escreveu “Poema para Maria”, porém não se sabe ao certo o porquê nunca lhe entregou.

O manuscrito jazia nas coisas de Cazuza e foi encontrado por sua mãe muito tempo depois de sua morte. Sabendo da relação de amizade entre Cazuza e Frejat perguntou se este não se interessaria em gravá-la, porém Frejat sentiu que “Poema” brilharia na voz e interpretação de Ney Matogrosso e pediu que o mesmo gravasse a canção, o que foi um grande acerto, pois trata-se de uma obra prima.

As doces palavras do poeta saudoso, recordando “do tempo que era criança e o medo era motivo de choro, desculpa para um abraço ou consolo…” na voz e performance de Ney Matogrosso emocionam e nos faz pensar em como é bom ter alguém como abrigo assim como claramente Cazuza considerava sua avó.

Segue o poema completo, bem como a interpretação da canção por Ney Matogrosso.